Peixe num buraco que parece não ter fim

A situação do Santos é crítica. Se o Campeonato Paulista terminasse hoje, o Santos estaria rebaixado à série A-2. A equipe comandada por Émerson Leão é uma decepção completa. Nos cinco jogos da temporada, venceu somente um e perdeu três vezes, para Portuguesa, Juventus e Barueri, esses dois últimos adversários inexpressivos. E o pior, parece que esse elenco limitadíssimo permanecerá até o fim do semestre. A diretoria não conseguiu repor peças à altura. Jogadores importantes como Maldonado, Pedrinho, Petkovic e Marcos Aurélio deixaram o clube, assim como o treinador Vanderlei Luxemburgo. O Peixe trouxe reforços modestos; os zagueiros Evaldo e Betão e o volante Marcinho Guerreiro. Preocupa a inércia dos dirigentes santistas que estão apostando muito na nova safra de jovens recém promovidos das categorias de base, casos do lateral Thiago Carletto, o zagueiro Anderson Salles e os atacantes Tiago Luís e Alemão. Acreditam que o sucesso de 2002, quando o Brasil e o mundo conheceram Robinho, Diego, Alex, Renato e Elano, se repetirá em 2008. Esses jovens tem tudo para ser jogadores brilhantes, mas estão sendo colocados para jogar num momento inapropriado. Isso começa a me lembrar a atitude corintiana, que no ano passado sem dinheiro para grandes investimentos apostou em muitos jovens da base, mas que não brilharam e quase se "queimaram". Além da falta de jogadores, os problemas internos também prejudicam a equipe. Terça-feira, às vésperas do jogo contra o Barueri, o goleiro Fábio Costa teve uma discussão com o preparador de goleiros Pedro Santili e acabou sendo afastado por Leão. Como se sabe tanto o goleiro quanto treinador nunca se deram bem. Há vários jogadores no elenco que são amigos de Luxemburgo, desafeto de Leão e que não suportam o treinador, com suas medidas autoritárias. Uma delas foi a proibição de os atletas assistirem televisão enquanto fazem as refeições. Leão alega que com a TV ligada, atrapalha o processo de digestão, assim prejudicando a saúde do atleta. Extremamente ridículo.