quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Agonia que não tem fim

Estádio do Pacaembu lotado. Mais de 34 mil torcedores empurrando a equipe com cantos de "Vamos jogar com raça e coração. É o time do povo. É o Coringão" e "Aqui tem um bando de loko. Loko por ti Corinthians...". Uma vitória contra o Vasco apagaria da memória, o triste ano de 2007, marcado por corrupção no clube e péssimas campanhas nos gramados.

Parecia que isso iria ocorrer na quarta e o corintiano passaria um fim de ano mais sossegado. Com um time jovem com uma média de 22 anos, o Timão começou pressionando o Vasco. Os volantes Bruno Octávio e Carlos Alberto foram um dos poucos que chutaram a gol. O meia Lulinha cobrou falta aos 28 min e o zagueiro Fábio Ferreira cabeceou em direção ao gol, mas Cássio fez bela defesa. Todo desestruturado, o Timão deixou espaços no meio de campo e na defesa, para alegria dos vascaínos. Era nítido o despreparo e nervosismo dos garotos. A um minuto final do primeiro tempo, o goleiro Felipe fez duas defesaças garantindo o empate sem gols.

O Corinthians começou o segundo tempo em ritmo alucinante, mas os atacantes abusavam do direito de desperdiçar chances de gol. Na mais clara, o boliviano Arce recebeu belo passe do ala Éverton Ribeiro, mas chutou longe. Logo depois, Lulinha fez boa jogada individual, mas chutou para fora. Finazzi, suspenso fez muita falta. Num rápido contra-ataque veio o golpe fatal. O lateral Guilherme avançou pela esquerda e cruzou para Alan Kardec. O atacante tocou de cabeça, a bola desviou em Fábio Ferreira e enganou Felipe. A partir do gol, o Timão sentiu o golpe. Os meias Lulinha e Héverton não acertavam nenhum passe e tinham dificuldades em chegar ao gol vascaíno. O trio de zagueiros formado por Betão, Fábio Braz e Fábio Ferreira faziam a ligação direta com o ataque, mas sem sucesso. Nelsinho colocou em campo o centroavante Wilson no lugar de Dentinho. Aos 39 minutos Wilson chutou uma bola na trave para desespero da Fiel, que não parou de cantar por nenhum minuto. Não era o dia do Corinthians e o juiz encerrou a partida. Dessa vez não havia "São Finazzi" para salvar o time da derrota. Quando o placar eletrônico anunciou o fim do jogo e vitória do Atlético MG sobre o Goiás(4 a 1), os corintianos saíram um pouco mais aliviados, cientes de que uma vitória na última rodada sobre o Grêmio, os deixarão passar um Natal tranquilo. Mais isso será, muito difícil de acontecer. Sinceramente é difícil crer que o Coringão vença o Grêmio, que ainda luta por uma vaga na Libertadores. Será mais fácil torcer contra o Goiás, que recebe o Internacional, no Serra Dourada e por um empate do Paraná contra o Vasco, em São Januário. Se o Timão se sobreviver na série A mesmo com uma derrota não será por mérito, mas sim por Goiás e Paraná, que estão louquinhos para jogar a série B, em 2008.

O que deixa os corintianos preocupados é a possível vigança do Internacional. Quem não se lembra do Campeonato Brasileiro de 2005, onde o Colorado foi prejudicado pela arbitragem contra o Corinthians, num jogo que tirou o título de suas mãos. Torcedores rivais do Inter e do Grêmio estão se unindo pela queda do Corinthians. Os mais exaltados do Colorados pede que o time entregue o jogo contra o Goiás, na cara "dura". Mas os jogadores garantem que não tomarão esta atitude, que segundo eles é antiprofissional e prometem vencer para garantir a vaga à Copa Sulamericana.

Basta rezar para todos os santos! Saravá São Jorge!!!

***Show de bola a torcida corintiana. Igual só a do Flamengo. A Fiel não parou de cantar por nenhum minuto e mesmo o time estando mal no jogo, não vaiou. Quando o Corinthians tomou o gol, os gritos de incentivo se intensificaram. Felizmente boa parte da torcida se comportou bem ao final do jogo e não saiu depredando do estádio.

***Em entrevista coletiva, após o jogo, o técnico Nelsinho Batista disse que não concorda quando dizem que sua equipe é limitada. Como assim?? Essa é uma das piores equipes da história corintiana. Se tiver dois bons jogadores no elenco é muito. Chega a ser irritante a falta de pontaria dos atacantes corintianos e o grande número de passes errados. Falta técnica e sobra raça.

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